quarta-feira, 29 de junho de 2011

Antevisão da Copa América 2011 (3ª parte)

Ver também: 1ªparte | 2ª parte

O Grupo A da Copa América 2011 é constituído pelo Brasil, pelo Paraguai, pelo Equador e pela Venezuela.

Analisando as equipas uma a uma:
  • Brasil: Dispensa apresentações. Para muitos a 1ª classificada do grupo, no entanto não posso deixar de notar alguns aspectos negativos. Começando pelo seleccionador Mano Menezes. Quem mais, senão ele, para convocar Jádson, Elano, Fred e deixar de fora Hulk, Nilmar, Marcelo? Além disso, ainda me parece que o Hélton tinha qualidade suficiente para ser convocado (embora não merecesse ser titular). Outro obstáculo poderá ser a pressão que existe na selecção para ganhar qualquer troféu a sério (como é o caso da Copa América), que já provou ser decisiva.
  • Outra possível barreira será a juventude do provável quarteto de ataque que Mano Menezes esteve a ensaiar ultimamente - Neymar, Ganso, Pato e Robinho. Os 3 primeiros nomes têm todos menos de 22 anos. É verdade que a idade não é tudo, mas tanta juventude numa selecção A não me inspira confiança.
  • Como vantagens: a qualidade da equipa. Esta é, sem dúvida, uma das três selecções com maior talento a nível individual. A posição mais carenciada é a de lateral-esquerdo (principalmente sem a presença do Marcelo). A posição mais forte é a de lateral-direito, com Maicon e Daniel Alves. Convocatória

Guarda-redes: Jefferson (Botafogo), Julio César (Inter), Victor (Grêmio)

Defesas: Daniel Alves (Barcelona), Maicon (Inter), André Santos (Fenerbahçe), Adriano (Barcelona), Lúcio (Inter), David Luiz (Chelsea), Luisão (Benfica), Thiago Silva (Milan)

Médios: Ramires (Chelsea), Lucas (Liverpool), Sandro (Tottenham), Elano (Santos), Elias (Atlético Madrid), Paulo Henrique Ganso (Santos), Jadson (Shakhtar), Lucas (São Paulo)

Avançados: Neymar (Santos), Robinho (Milan), Fred (Fluminense), Alexandre Pato (Milan)

  • Paraguai: Foi uma boa presença no Mundial de 2010, a da Albirroja. Bem colocada para ser a segunda classificada do grupo B. O ponto forte desta selecção é, sem dúvida, o ataque, com Roque Santa Cruz, Lucas Barrios, Nelson Haedo Valdez e Oscar Cardozo (este último não foi convocado porquê?). Convocados:

Guarda-redes: Justo Villar (Valladolid), Diego Barreto (Cerro Porteño), Roberto Fernandez (Racing).

Defesas: Paulo Da Silva (Zaragoza), Antolin Alcaraz (Wigan), Darío Veron (Pumas UNAM), Aureliano Torres (San Lorenzo), Marcos Caceres (Racing, da Argentina), Ivan Piris (Cerro Porteño), Elvis Marecos (Guarani).

Médios: Cristian Riveros (Sunderland), Edgar Barreto (Atalanta), Enrique Vera (LDQ), Víctor Caceres (Libertad), Nestor Ortigoza (San Lorenzo), Jonathan Santana (Kayserispor), Hernan Perez (Villarreal).

Avançados: Roque Santa Cruz (Blackburn), Nelson Haedo Valdez (Hercules), Lucas Barrios (Dortmund), Osvaldo Martínez (Monterrey), Marcelo Estigarribia (Newell’s), Pablo Zeballos (Olimpia).

  • Equador: Da presença nos oitavos-de-final do Mundial de 2006, na Alemanha, ao não apuramento para o Mundial de 2010, na África do Sul, esta selecção parece estar numa fase descendente. À entrada para a Copa América 2011, a pergunta que se impõe: irá o Equador inverter essa imagem ou a participação no torneio será um fiasco?
  • Os principais nomes concentram-se no ataque. Valencia é o mais conhecido (joga no Manchester United) mas também há Caicedo (teve uma passagem pelo Sporting), Jefferson Montero (do Villareal) e Christian Benítez. Convocatória:

Guarda-redes: Marcelo Elizaga (Deportivo Quito), Máximo Banguera (Barcelona), Alexander Domínguez (Liga de Quito);

Defesas: Néicer Reascos (Liga de Quito), Norberto Araujo (Liga de Quito), Giovanni Caicedo (Liga de Quito), Diego Calderón (Liga de Quito), Gabriel Achilier (Emelec), Luis Checa (Deportivo Quito), Frickson Erazo (El Nacional), Walter Ayoví (Monterrey);

Médios: Segundo Castillo (Deportivo Quito), Oswaldo Tilson Minda (Deportivo Quito), Luis Fernando Saritama (Deportivo Quito), Michael Arroyo (San Luis), Edison Méndez (Emelec), Cristian Noboa (Rubin Kazán), Valencia (Manchester United), Quiroz David (Emelec);

Avançados: Jaime Ayoví (Toluca), Christian Benítez (América), Felipe Caicedo (Levante) e Mina Narciso (Independiente del Valle).


  • Venezuela: país do qual sou natural, portanto tenho uma preferência pessoal. A nível de selecção, está em crescimento - não sendo mais o "saco de pancada" que era há alguns anos - seguindo, por exemplo, um caminho inverso ao do Equador (nos últimos anos). É uma selecção que a nível individual tem como destaque a experiência de Juan Arango. Salomón Rondón, ponta-de-lança do Málaga, foi eleito um dos jogadores mais promissores de "La Liga" e também merece destaque. O problema é que a Venezuela calha num grupo com Brasil e Paraguai, e ainda Equador! A luta vai, espero eu, travar-se com este último. Convocatória:

Guarda-redes: Renny Vega (Caracas), Dani Hernández (Murcia, Espanha) e Leonardo Morales (Deportivo Anzoátegui).

Defesas: Gabriel Cichero (Newell's Old Boys, Argentina), Grenddy Perozo (Chicó, Colômbia), José Luis Granados (Real Esppor Club), Oswaldo Vizcarrondo (Once Caldas, Colômbia), José Manuel Rey (Mineros de Guayana), Roberto Rosales (Twente, Holanda) e Alexander González (Caracas).

Médios: Giácomo Di Giorgi (Deportivo Anzoátegui), Franklin Lucena (Caracas), Tomás Rincón (Hamburgo), Juan Arango (Borussia Monchengladbach), Yohandry Orozco (Wolfsburg), Luis Manuel Seijas (Independiente Santa Fe, Colômbia), César González (Gimnasia y Esgrima de La Plata) e Jesús Meza (Atlas, México).

Avançados: Nicolás Fedor (Getafe, Espanha), Salomón Rondón (Málaga, de Espanha), Daniel Arismendi (Deportivo Anzoátegui), Giancarlo Maldonado (Atlante, México) e Alejandro Moreno (Chivas, do México).


Previsão: Brasil passa no primeiro lugar, sem derrotas. Paraguai no segundo lugar, passa também. Venezuela não perde contra o Equador e garante terceiro lugar no grupo, sendo suficiente para passar aos quartos-de-final.


Calendário:

Brasil - Venezuela (03-Jul, 20:00)
Paraguai - Equador (03-Jul, 22:30)
Brasil - Paraguai (09-Jul, 20:00)
Venezuela - Equador (09-Jul, 22:30)
Paraguai - Venezuela (13-Jul, 23:15)
Brasil - Equador (14-Jul, 01:45)

Nota: A data e a hora de cada jogo referem-se ao fuso horário de Portugal Continental/Madeira. Muito por culpa dos fusos horários e da hora de verão, não vos garanto que a hora dos jogos esteja correcta.

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Antevisão da Copa América 2011 (2ª parte)

Ver também: 1ª parte

O Grupo A da Copa América 2011 é constituído pela Argentina, pela Colômbia, pela Bolívia e pela Costa Rica.

Analisando as equipas uma a uma:
  • Argentina: É a principal candidata a vencer o grupo. É uma selecção que tem grandes jogadores, mas penso que há um sector que merece destaque: o ataque, que tem Milito, Aguero, Tevez e Lavezzi. E claro, também Messi. Tem ainda a vantagem de jogar em casa. No entanto, isso acrescenta mais pressão a uma selecção que não ganha troféus há algum tempo. Convocatória:

Guarda-redes: Sergio Romero (AZ Alkmaar), Juan Pablo Carrizo (River Plate) e Mariano Andújar (Catania).

Defesas: Gabriel Milito (FC Barcelona), Ezequiel Garay (Real Madrid), Nicolás Burdisso (Roma), Javier Zanetti (Inter), Nicolás Pareja e Marcos Rojo (Spartak Moscovo), Pablo Zabaleta (Manchester City) e Fabián Monzón (Boca Juniors).

Médios: Javier Mascherano (FC Barcelona), Lucas Biglia (Anderlecht), Ever Banega (Valência), Esteban Cambiasso (Inter), Javier Pastore (Palermo), Diego Valeri (Lanús), Fernando Gago (Real Madrid) e Enzo Pérez (Estudiantes de La Plata).

Avançados: Lionel Messi (FC Barcelona), Angel Di María e Gonzalo Higuaín (Real Madrid), Sergio Agüero (Atlético de Madrid), Ezequiel Lavezzi (Napoli), Carlos Tevez (Manchester City) e Diego Milito (Inter).

  • Colômbia: Bem-posicionada para ser a 2ª classificada do grupo, os cafeteros destacam-se no centro da defesa (com Perea, Zapata e Yepes) e no ataque, com Radamel Falcao, Dayro Moreno e Rodallega. Têm na baliza um guarda-redes jovem no qual depositam muitas esperanças, Ospina. No meio-campo, a figura mais conhecida é Guarin. Algo que causou alguma polémica na convocatória de Hernán Darío Goméz foi a ausência de playmakers, não havia nem um clássico número 10, o que pode afectar o modelo de jogo. Convocatória:

Guarda-redes: David Ospina (Nice) e Luis Martínez (Once Caldas).

Defesas: Mario Yepes (Milan), Aquivaldo Mosquera (América, do México), Luis Amaranto Perea (Atlético de Madrid), Cristian Zapata e Pablo Armero (Udinese), Yulián Anchico (Pachuca), Camilo Zuñiga (Napoli) e Juan David Valencia (Junior de Barranquilla).

Médios: Juan Guillermo Cuadrado (Udinese), Elkin Soto (Mainz), Abel Aguilar (Hércules), Freddy Guarín (Porto), Carlos Sánchez (Valenciennes) e Gustavo Bolívar (Tolima).

Avançados: Hugo Rodallega (Wigan), Adrián Ramos (Hertha Berlim), Teófilo Gutiérrez (Racing), Radamel Falcao García (Porto), Jackson Martínez (Jaguares, do México) e Dayro Moreno (Once Caldas).

  • Costa Rica: Não há muito de agradável para dizer em relação à participação deste país na Copa América. A convocatória é, à excepção de 5 jogadores mais experientes, toda composta por jogadores sub-22. Ricardo La Volpe, o treinador, parece ter problemas com a estrela da companhia, Bryan Ruíz, e a sua personalidade pode prejudicar ainda mais uma equipa que até agora está marcada com o rótulo da inexperiência. Convocatória:

Guarda-redes: Esteban Alvarado (AZ), Danny Carvajal (San Carlos) e Leonel Moreira (Herediano).

Defesas: Johnny Acosta (Alajuelense), Francisco Calvo (San Jacinto College, dos EUA), Óscar Duarte (Saprissa), Kevin Fajardo (Santos), Jorge Gatgens (Pérez Zeledón), Pedro Leal (Puntarenas), José Salvatierra (Alajuelense) e Heiner Mora (Saprissa).

Médios: Hansell Arauz (Santos), José Miguel Cubero (Herediano), Allen Guevara (Alajuelense), David Guzmán (Saprissa), Luis Miguel Valle (Alajuelense) e Diego Madrigal (Cerro Porteño, do Paraguai).

Avançados: Randall Brenes (Cartaginés), Jorge Castro (Saprissa), César Elizondo (Saprissa), Josué Martínez (Saprissa) e Joel Campbell (Saprissa).

  • Bolívia: Provável último classificado do grupo para muitos (não para mim), esta selecção não tem grandes individualidades, à excepção de Marcelo Moreno, que joga no Shaktar; para além dele, apenas outros 4 jogadores actuam fora do país. Porém, a Bolívia pode jogar com o facto de ninguém esperar muito dela e surpreender. é uma selecção humilde, e a preparação para a competição, que levou muito tempo, demonstra empenho e vontade de vencer. Convocatória:


Guarda-redes: Carlos Arias (Maccabi Netanya, de Israel), Sergio Galarza (Blooming) e Daniel Vaca (The Strongest).

Defesas: Miguel Ángel Hoyos e Luis Gutiérrez (Oriente Petrolero), Christian Vargas (San José), Ronald Raldes (Colón, da Argentina), Ronald Rivero, Edemir Rodríguez e Lorgio Álvarez (Bolívar), Santos Amador (Nacional Potosí).

Médios: Joselito Vaca e Jhasmani Campos (Oriente Petrolero), Ronald García, Wálter Flores e Rudy Cardozo (Bolívar), Jaime Robles (Aurora), José Luis Chávez e Alejandro Gómez (Blooming)

Avançados: Marcelo Moreno (Shakhtar Donetsk), Ricardo Pedriel (Sivasspor, da Turquia), Alcides Peña, Mauricio Saucedo e Juan Carlos Arce (Oriente Petrolero), Edivaldo Rojas (Naval, de Portugal).


Previsão: Argentina e Colômbia ficam nos dois primeiros lugares e quem vencer o jogo entre eles (aposto na Argentina) será líder. Bolívia fica em terceiro lugar e não perde com a Costa Rica, no entanto não passa aos quartos-de-final porque será o pior terceiro classificado.


Calendário:


Argentina - Bolívia (02-Jul, 01:45)
Colômbia - Costa Rica (02-Jul, 19:30)

Argentina - Colômbia (07-Jul, 01:45)
Bolívia - Costa Rica (07-Jul, 23:15)

Argentina - Costa Rica (12-Jul, 01:45)
Colômbia - Bolívia (10-Jul, 20:00)


Nota: A data e a hora de cada jogo referem-se ao fuso horário de Portugal Continental/Madeira. Muito por culpa dos fusos horários e da hora de verão, não vos garanto que a hora dos jogos esteja correcta.

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terça-feira, 28 de junho de 2011

Antevisão da Copa América 2011 (1º parte)

No próximo dia 1 de Julho começa a Copa América, uma competição que está para os sul-americanos como o Euro está para os Europeus.

O país anfitrião será a Argentina. O formato da competição: três grupos de 4, sendo que para os quartos-de-final apuram-se os dois primeiros classificados de cada grupo, e os dois melhores terceiros classificados. O resto da competição também já está definido:
  • Quartos-de-final:
Vencedor do grupo A - Melhor terceiro classificado (Q1)
2º classificado do grupo A - 2º classificado do grupo C (Q2)
Vencedor do grupo B - 2º melhor terceiro classificado (Q3)
Vencedor do grupo C - 2º classificado do grupo B (Q4)
  • Meias-finais:
Vencedor de Q1 - Vencedor de Q2 (M1)
Vencedor de Q3 - Vencedor de Q4 (M2)
  • Final:
Vencedor de M1 - Vencedor de M2
  • Atribuição de terceiro e quarto lugar:
Vencido de M1 - Vencido de M2
Próximo post: Análise ao grupo A, de Argentina, Colômbia, Bolívia e Costa Rica


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Adiós River (parte 2)

Escrevo este post como uma continuação inesperada do post "Adiós River" que publiquei ontem.

  • A indignação sentida pelos adeptos do River era imensa. O narrador da Rádio Mitre, Atílio Costa Febre, adepto assumido, disse isto nos minutos finais do jogo:

“Hay que ser hijo de puta para hacerle a River lo que hicieron. Y como hicieron mierda. Adónde se van a meter ahora? Pongan la cara acá. Vengan acá como la gente común. Ustedes, ladrones que destruyeron a River, son unos incapaces, sátrapas. Tremendos hijos de puta. Ya no me importa que eso me cueste la carrera”

  • Segundo o relatório do árbitro, os adeptos mais violentos do River, os barrabravas, avisaram-no que caso não marcasse um penalty a favor, iria acabar morto. Isto não impediu que muitos se sentissem prejudicados por um suposto penalty claro na 1ª parte, bem como pela decisão do árbitro de perdoar pelo menos uma expulsão a um jogador do Belgrano.
“Te vamos a matar, cobrá un penal o te vamos a matar”
  • O sistema implementado para descobrir o campeão final na Argentina é algo de muito confuso. De loucos, mesmo. Irei citar o seguinte texto do Relvado, por preguiça.

"Por ter sido apenas o 17.º melhor, num total de 20 clubes, na média dos últimos três anos do campeonato argentino, o River Plate foi obrigado a disputar um play-off com o quarto classificado da segunda divisão, o Belgrano, para se manter entre os grandes.

Para definir quem desce, somam-se os pontos das últimas três temporadas (juntando-se os dois torneios, de Apertura e Clausura) e dividem-se pelo total de jogos. Os clubes que disputaram todas as três temporadas têm os seus pontos divididos por 114. Os clubes que disputaram as duas últimas temporadas têm os seus pontos divididos por 76. E os recém-promovidos têm os seus pontos divididos por 38.

Os dois piores da média, o 19.º e 20.º, descem automaticamente. Os 17.º e 18.º vão aos play-off com o 3.º e o 4.º da segunda divisão. Foi o caso do River Plate.

Curiosamente, estas regras foram implementadas pelos clubes grandes da Argentina, River Plate incluído, e visavam precisamente evitar que, por uma época má, um deles tivesse o infortúnio de descer. Até porque o sistema prejudica os recém-promovidos, que têm de conseguir muitos pontos, cerca de 48 em 38 jogos, para não descerem. O feitiço acabou por se virar contra o feiticeiro..."

  • Com a descida de divisão do River, passam a ser apenas 2 os clubes que nunca conheceram o amargo sabor da despromoção: Boca Juniors e Independiente. No entanto, com a média de pontos por jogo que têm, poderão estar em apuros para o ano que vem, se fizerem uma época ao nível das anteriores.
  • Ainda quando me preparava para clicar em "Publicar Mensagem", recebo a notícia de que o River Plate pode perder pontos por causa dos acontecimentos do último domingo. Este tweet do @RiverPlateNews foi a fonte.

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Adiós River

É inacreditável como um clube que simultaneamente ganhava títulos, jogava o futebol mais bonito e vistoso (o que significa muito, se estivermos a falar da Argentina) e formava excelentes jogadores (alguns nomes como Aimar, Saviola, Lucho, Falcao, Farias, Belluschi, Higuaín, Ariel Ortega e Daniel Passarella, o actual presidente do clube...) chega a este ponto.

Mais de um século de história. Durante mais de cem anos, os "Millonarios" foram construíndo uma história linda, baseada em muitos títulos e conquistas.

Até há bem pouco tempo.

O River Plate atingiu o seu ponto mais humilhante no domingo, em casa. Empate a 1 com o Belgrano na eliminatória de (des)promoção, chamada na Argentina de "Promoción". Os de Buenos Aires tinham que, de alguma forma, inverter a desvantagem de dois golos obtida na primeira mão da eliminatória, jogada fora de casa (visto que, em caso de empate na eliminatória, as regras favorecem o clube que representa a 1ª divisão).

Começou bem para os adeptos da casa, quando Pavone fez o 1-0 nos minutos iniciais. Não sem antes haver o susto - o Belgrano marcou, mas fora assinalado fora-de-jogo. Apesar disso, o River dominou a primeira metade (sem no entanto marcar) e, ao intervalo, os milhares de adeptos fervorosos que acompanharam o River nesta situação trágica acreditavam que era possível o River manter-se no principal escalão do futebol argentino.

Até que ao minuto 61, um cruzamento da esquerda resulta em colisão entre dois jogadores da equipa visitada, e a bola sobrou para Farré, que na cara de Carrizo não falhou a oportunidade, e gelou mesmo o Monumental de Nuñez.

No entanto, os (verdadeiros) adeptos do River nunca deixaram de apoiar a equipa, e ainda viam a salvação como um cenário possível. Passaram a acreditar ainda mais no minuto 70, quando Pezzota, o árbitro, marcou pontapé da marca dos 11 metros a favorecer o River. Pavone, o autor do (único) golo do River, atirou forte, mas para o meio da baliza, à figura do guarda-redes. Pavone não queria acreditar. Os mais de 60 mil adeptos no estádio também não.

Até ao final da partida, o perigo esteve sempre mais concentrado no meio-campo do Belgrano, contudo o resultado não mais se viria a alterar. De realçar que a partida não chegou a acabar: a 2 minutos do fim, alguns adeptos invadiram o campo, o que foi suficiente para o árbitro dar a partida por concluída, confirmando assim um dos momentos mais negros do clube: o River já não pertencia à 1ª divisão. Divisão da qual era o maior clube, vencendo-a 33 vezes.

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