terça-feira, 28 de junho de 2011

Adiós River

É inacreditável como um clube que simultaneamente ganhava títulos, jogava o futebol mais bonito e vistoso (o que significa muito, se estivermos a falar da Argentina) e formava excelentes jogadores (alguns nomes como Aimar, Saviola, Lucho, Falcao, Farias, Belluschi, Higuaín, Ariel Ortega e Daniel Passarella, o actual presidente do clube...) chega a este ponto.

Mais de um século de história. Durante mais de cem anos, os "Millonarios" foram construíndo uma história linda, baseada em muitos títulos e conquistas.

Até há bem pouco tempo.

O River Plate atingiu o seu ponto mais humilhante no domingo, em casa. Empate a 1 com o Belgrano na eliminatória de (des)promoção, chamada na Argentina de "Promoción". Os de Buenos Aires tinham que, de alguma forma, inverter a desvantagem de dois golos obtida na primeira mão da eliminatória, jogada fora de casa (visto que, em caso de empate na eliminatória, as regras favorecem o clube que representa a 1ª divisão).

Começou bem para os adeptos da casa, quando Pavone fez o 1-0 nos minutos iniciais. Não sem antes haver o susto - o Belgrano marcou, mas fora assinalado fora-de-jogo. Apesar disso, o River dominou a primeira metade (sem no entanto marcar) e, ao intervalo, os milhares de adeptos fervorosos que acompanharam o River nesta situação trágica acreditavam que era possível o River manter-se no principal escalão do futebol argentino.

Até que ao minuto 61, um cruzamento da esquerda resulta em colisão entre dois jogadores da equipa visitada, e a bola sobrou para Farré, que na cara de Carrizo não falhou a oportunidade, e gelou mesmo o Monumental de Nuñez.

No entanto, os (verdadeiros) adeptos do River nunca deixaram de apoiar a equipa, e ainda viam a salvação como um cenário possível. Passaram a acreditar ainda mais no minuto 70, quando Pezzota, o árbitro, marcou pontapé da marca dos 11 metros a favorecer o River. Pavone, o autor do (único) golo do River, atirou forte, mas para o meio da baliza, à figura do guarda-redes. Pavone não queria acreditar. Os mais de 60 mil adeptos no estádio também não.

Até ao final da partida, o perigo esteve sempre mais concentrado no meio-campo do Belgrano, contudo o resultado não mais se viria a alterar. De realçar que a partida não chegou a acabar: a 2 minutos do fim, alguns adeptos invadiram o campo, o que foi suficiente para o árbitro dar a partida por concluída, confirmando assim um dos momentos mais negros do clube: o River já não pertencia à 1ª divisão. Divisão da qual era o maior clube, vencendo-a 33 vezes.

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